Trezentas mil toneladas de agrotóxicos. Essa é a quantidade anual de agrotóxicos consumidos no país, que varia de acordo com a região e a espécie cultivada. As regiões Norte e Nordeste registram os menores consumos, Sudeste e Sul concentram quase que 70%, ao passo que a participação da região Centro Oeste vem crescendo com a ocupação do Cerrado. Soja, milho, citros e cana de açúcar são as culturas que respondem por cerca de 60% do total consumido.
Números impressionantes, que tem consequências positivas e negativas sociais, econômicas e ambientais. Do ponto de vista ambiental, os impactos no meio ambiente e no ser humano já são realidade no Brasil e no planeta.
Conhecida na mitologia grega como a Mãe-Terra, Gaia é símbolo da fertilidade, do feminino e da criação. Usando desse simbolismo, o cientista britânico James Lovelock desenvolveu a hipótese de Gaia, segundo a qual nosso planeta se comportaria como um gigantesco ser vivo. Nessa teoria, a Terra seria capaz de autorregular clima e temperatura, e eliminar seus resíduos, se mantendo em equilíbrio. Ainda, a fotossíntese das plantas ajudaria na diminuição dos teores de gás carbônico na atmosfera, resfriando o planeta. Mas então o crescimento populacional, com a busca por mais recursos naturais e a poluição do meio ambiente abalaram esse equilíbrio, como escreveu Lovelock em seu livro “Gaia, a cura para um planeta doente”. Apesar de algumas teorias divergentes, que acreditam que os eventos sísmicos, a era do gelo, entre outros, também modificam a Terra, Gaia nos faz refletir sobre nossa interrelação com os outros seres vivos, o meio ambiente e os nossos impactos.
Se o nome Gaia remete a maternidade, devemos pensar na agricultura e produção de alimentos de modo ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida dessa e das futuras gerações, como previsto na Constituição. |