As altas precipitações que aconteceram em fevereiro estão atrasando o início da colheita do soja e ocasionando perda de qualidade do grão em algumas lavouras, segundo relato de alguns agricultores e técnicos que atuam na região. Nesse período, de céu constantemente nublado, ainda tivemos a ocorrência de alguns temporais que afetaram Nova Laranjeiras e outros municípios do sudoeste recentemente.
Entretanto, ao analisarmos o panorama do Estado como um todo, dados do Simepar – Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná – apontam que fevereiro fechou com chuva abaixo da média histórica na maior parte das cidades paranaenses. A precipitação diária foi volumosa em alguns pontos do Estado, porém de forma isolada e rápida, típica de verão, conforme ocorrido na nossa região.
Do mesmo modo, analisando as principais formas de vegetação do País, surje um quadro que sinaliza para o déficit hídrico ao longo dos últimos anos. Segundo dados do Map Biomas, uma rede colaborativa formada por ONGs, universidades e “startups” de tecnologia, todos biomas do país perderam superfície de água, no período de 1985 a 2022. A perda mais significativa se deu no Pantanal, com retração de cerca de 82%, seguido da Caatinga, com 19%. A rede destaca ainda que o país perdeu 1,5 milhões de hectares de superfície de água.
O processo de urbanização trouxe consigo alterações significativas no meio ambiente, com a mudança de uso e ocupação do solo. Em eventos climáticos extremos, como secas ou as recentes chuvas na região, essas alterações acabam sendo potencializadas.
Nas próximas semanas vamos falar sobre como esses impactos são sentidos nos meios rural e alternativas para mitigá-los.