Li essa notícia num famoso portal de notícias da Internet: “Amazônia registra novo recorde de alertas de desmatamento em fevereiro”. A manchete do dia 24/02/2023 usa um dado de fonte oficial para anunciar aumento recorde de desmatamento e ao longo do artigo usa opiniões que contradizem o próprio título. Através da interpretação de um profissional, explica que o desmatamento observado em fevereiro pode ser referente a períodos anteriores que não puderam ser observados pelo sistema à época devido a presença de nuvens que encobriam a região. Ou seja, o desmatamento registrado em fevereiro pode não ter acontecido em fevereiro. Ah, claro, no final precisa ter uma opinião política de quem defende o meio ambiente. Ficou confuso? Eu também fiquei!
Cada vez mais difícil encontrar uma notícia ambiental sem um claro viés político. Como seres sociais, estamos quase sempre fazendo política. Em casa, no trabalho, com os amigos… O mesmo acontece com as notícias. Por trás de cada texto, infinitos grupos sociais e econômicos disfarçam seus reais interesses e clamam ser os guardiões da verdade.
Cabe a nós peneirarmos a informação que recebemos de textos, áudios, vídeos e redes sociais, que inundam nosso dia a dia. Tarefa desafiante diante de tanto ruído. A alternância de grupos políticos no poder muda o discurso do agro e do meio ambiente. Em cada ideologia que tenta ser dominante, um lado precisa ser o herói, o outro o vilão. Na verdade, agro e meio ambiente são um só. Campo e cidade também. Necessitamos do agro, meio ambiente, campo e cidade em harmonia. E está tudo bem em crescermos juntos com opiniões contrárias.
Escutar o outro sem precisar convencê-lo da nossa opinião e sairmos “vencedores”. Será que conseguiremos colocar a empatia antes da ideologia?
