Preços mais baixos e escalas de abate mais longas. Esse é o cenário que o mercado do boi gordo vem enfrentando esse ano. Com boa oferta de animais no mercado físico, os preços seguem pressionados. O proprietário do frigorífico Bertoncelli, que compra animais para abate na nossa região, relatou que atualmente está só negociando com clientes antigos, e que as escalas de abate estão na casa dos 20 dias, devido a grande oferta de animais. Segundo informado por produtores, os valores da arroba do boi gordo estão variando de R$200 a R$ 220, os quais chegam a ser até 50% mais baixos do que os praticados em 2.022.
Além desse cenário desafiante, fazem parte do dia a dia do produtor os custos com vacinas, vermífugos, sal mineral, para citar alguns. Ainda, os produtores devem estar atentos ao bom manejo das pastagens, o qual se não for observado pode implicar em custos adicionais, como limpeza excessiva (química ou mecânica) e em casos extremos até a reforma de pastagens. Segundo o técnico Jean Linhares Camargo, da Lavoro Agro, os custos com a limpeza química para os chamados “matos duros”, podem variar de R$550 a R$1.400 por alqueire. Já para “matos moles” os custos variam de R$330 a R$950 por alqueire. Em casos mais específicos, onde ainda se faz necessária aplicação de produto “no toco”, os custos oscilam entre R$1.040 a R$2.700. Esses custos sofrem essa variação de acordo com o tipo de planta “invasora” e o grau de infestação da pastagem, sinaliza Camargo.
O Prosa Rural frisa novamente aos pecuaristas a importância de se manter as pastagens em boas condições de manejo, mesmo com os desafios do mercado. A degradação e o abandono de pastagens ao ponto que leve à regeneração de vegetação, impede o retorno da atividade pecuária na área, já que é proibido o corte de vegetação do bioma “Mata Atlântica”, conforme previsto na legislação ambiental federal.