Custos menores, lucros menores. Essa é a perspectiva para os produtores para a safra agrícola 2023/24. Uma matéria da Exame de outubro desse ano, que traz como manchete “Margem de lucro apertada, incerteza sobre clima e insumos marcam início do plantio”, resume bem a realidade que os agricultores estão enfrentando. Segundo a reportagem, os custos estão cerca de 30% menores que os da safra passada, porém as cotações das commodities caíram significativamente. Em levantamento feito por essa coluna junto a uma cooperativa da região, o preço médio para soja balcão caiu de R$ 165,90/saca em janeiro, para R$129,60 em setembro, o que representa uma queda de cerca de 22% na remuneração recebida pelos produtores.
A recomendação para o momento continua sendo de cautela. Em conversa com alguns profissionais que atuam na assistência técnica na região, o ponto em comum é para que os produtores mantenham um bom controle dos custos de produção. Devem também serem considerados nos custos do negócio, os juros bancários tomados para custeio e investimento da safra, frisou um dos técnicos. Diante de um cenário de taxas de juros ainda elevadas, os custos totais podem chegar à casa dos 15% ao ano, se considerados os produtos bancários acessórios tomados junto ao empréstimo, apontou.
Outro ponto importante frisado nas conversas foi a necessidade de manutenção de uma reserva financeira, o famoso capital de giro. Essa reserva serve para o pagamento de colaboradores, bancos, fornecedores, eventuais arrendatários e despesas administrativas. Essa reserva de capital de giro é essencial e serve para amenizar o impacto das frustrações de safra, aumento de custos e quedas nas cotações, preservando a saúde do negócio a longo prazo