Cenário comum no interior do município, a diminuição da população rural vem acontecendo desde as décadas de 70 e 80 no Estado, período este caracterizado pela modernização da agricultura. Para se ter uma ideia, já a partir da década de 80, a população urbana havia suplantado à rural no Paraná. A partir da década de 90, a imigração dentro do próprio Estado ganhou força, com os municípios capazes de geração de capital e com maiores possibilidades salariais, atraindo a população e esvaziando centros menores.
Atualmente, a população rural laranjeirense é de cerca de 6.000 pessoas, ou de apenas 19% do total, segundo o censo de 2.021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo Gerson Teixeira, engenheiro agrônomo e ex-diretor da Associação Brasileira da Reforma Agrária (Abra), o êxodo rural é um fenômeno social mundial, no qual as pessoas saíram do campo em busca de empregos na indústria em todo mundo.
Entretanto, esse crescimento da população urbana deve ser acompanhado de infra-estrutura, empregos, saneamento, saúde, habitação, transporte, entre outros, do contrário pode gerar problemas sociais maiores. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), “A manutenção da população no campo deveria ser uma estratégia do país para evitar o colapso das cidades, principalmente também quando levamos em conta a questão da segurança alimentar e nutricional. A agricultura familiar produz mais de 70% dos produtos hortifrutigranjeiros do país, e é responsável pela maior parte da comida saudável que abastece a mesa dos brasileiros.”
Entre 2.012 e 2.022 houve a migração de 1,1 milhões de jovens (entre 15 a 29 anos de idade) do campo para a cidade no País, segundo elaboração do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Precisamos repensar a vida nas zonas rurais, garantindo a sadia qualidade de vida dos seus moradores, para que tenham condições de permanecer no campo.