Na Prosa da semana passada falamos sobre fluxo de caixa e a importância de se conhecer as receitas e despesas da operação rural, apropriando também o valor da mão de obra familiar para formar os custos de produção de forma mais assertiva. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), o fluxo de caixa permite uma visão do presente e futuro da empresa, apurando o saldo disponível no momento, e projetando o futuro, para que exista capital de giro suficiente para o custeio da atividade e também investimentos em maquinário e infraestrutura. Com o fluxo de caixa em dia, o produtor consegue prever a necessidade antecipar ou renegociar pagamentos de dívidas e de recebimento de produtos. Da importância do fluxo de caixa, surge outro ponto muito importante, que é a existência de recursos financeiros para o pagamento de custos e despesas do ano, até a colheita ou recebimento da sua produção no próximo período. É o chamado capital de giro.
Entretanto, segundo observado por Ronaldo Seramin, Mestre em Administração e pós-graduado em investimentos e blockchain, de modo geral, o levantamento de custos e necessidade de capital de giro geralmente não está nas prioridades dos agricultores, que por vezes acabam misturando o ganho bruto e as despesas familiares, dificultando o planejamento sustentável do negócio no longo prazo”. Sobre importância da gestão na propriedade rural o Clube Amigos da Terra (CAT), associação sem fins lucrativos que incentiva a agricultura familiar no Mato Grosso, enfatiza que esse modelo normalmente enfatiza a experiência frente a profissionalização, sendo a quebra de paradigmas o maior gargalo nos trabalhos desenvolvidos. Aliado a quebra de paradigmas, a falta de conhecimento sobre gestão, indicadores financeiros e o uso de planilhas eletrônicas, são dificuldades que poderiam se tornar um fator de mudança se ensinadas na escola, finaliza Seramin.