Quem lucra com a guerra das agriculturas?

A agroecologia e a produção dos pequenos agricultores são responsáveis pela garantia da segurança alimentar, enquanto a agricultura empresarial é responsável por mandar “commodities” para exportação. Essa é a típica visão que representa a polarização a que esta coluna se refere. Em recente matéria no jornal Gazeta do Povo sobre a participação da agricultura familiar na produção de alimentos no País, (disponível em https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/agricultura-familiar-nao-precisa-da-falsa-propaganda-de-que-produz-70-dos-alimentos/), Marcos Tosi comenta que esse pensamento é fomentado por “uma falsa oposição entre a agricultura familiar e a produção em maior escala. Mais adiante na matéria, Tosi comenta o uso político dessa divisão no Governo atual, citando a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que assumiu algumas das atribuições que eram da competência do Ministério da Agricultura. Mais adiante acrescenta, e aqui esta coluna se limita a transcrever o trecho que expressa claramente o mesmo pensamento que divulgamos:

 “Essa rivalidade entre os atores que pertencem ao universo agro não é boa para ninguém. Os agricultores familiares são a grande vítima de um debate feito de forma tortuosa. Não vejo grandes vantagens nessa discussão, a não ser para quem está fazendo uso político disso”.

Da mesma forma que a esquerda faz uso político da agricultura familiar, a centro direita pinta e borda com o setor do agronegócio, fomentando a guerra que precisa existir para justificar a sua defesa pela respectiva frente parlamentar. Sem o vilão não existe o herói e vice-versa. A ficção se confunde com a realidade e a realidade se confunde com a ficção. Tudo isso para no final, tanto  os defensores da agroecologia quanto os da agricultura empresarial se perpetuarem no poder.

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