Além das estratégias citadas nas matérias dos dias 12 e 19/03/24*, que envolvem a separação das despesas familiares das despesas da produção, até o planejamento de fluxo de caixa, o produtor também pode buscar estratégias para garantir o preço do produto que receberá no momento da colheita. Uma dessas estratégias é fazer uma “trava” de preços para uma certa quantidade da colheita. Ao ter pelo menos uma parte da produção com o preço de venda “travado”, o produtor consegue ter uma previsão clara do quanto irá receber, e fazer um melhor planejamento do fluxo de caixa.
Um dos mecanismos de proteção de preços mais conhecido dos produtores é o contrato oferecido pelas próprias cooperativas, no qual as mesmas garantem um determinado preço, atrelado à entrega da mercadoria em uma data acordada. Além da negociação direta com a cooperativa, existem, para as chamadas “commodities”, contratos no mercado financeiro, com o objetivo de proteger o valor do ativo que se negocia, conhecidos como “hedge”. Essa proteção normalmente é feita via compra e venda de contratos no mercado futuro, com vencimento para a data de entrega dos produtos.
Para alguns produtos orgânicos já há também a possibilidade de firmar contratos com garantia de compra diretamente com indústrias de beneficiamento. Ainda, em trabalho coordenado pelo núcleo de Laranjeiras do Sul da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB) em 2.023, levantou-se significativa demanda por hortaliças e verduras junto aos mercados da região, a qual pode também se desenvolver em contratos de entrega entre produtores e o comércio local.
Diante dos desafios da própria produção e da economia, como inflação e taxa de juros, adotar alguma alternativa de proteção de preço pode evitar perdas inesperadas e colaborar para a manutenção da atividade produtiva no médio e longo prazos.
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